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Ostra – Um multivitamínico natural, saboroso e disponível todo o ano

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Ostra – Um multivitamínico natural, saboroso e disponível todo o ano

As ostras têm vindo a ficar mais baratas e acessíveis em Portugal, graças ao aumento da produção, em particular no estuário do Sado e no Algarve, onde se reúnem excecionais condições naturais para a sua produção. Estas são concentrados de vitaminas e minerais, pouco calóricos e com baixo teor de gordura. Saiba mais.

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As ostras têm vindo a ficar mais baratas e acessíveis em Portugal, graças ao aumento da produção, em particular no estuário do Sado, na ria de Aveiro e no Algarve, onde se reúnem excecionais condições naturais para a sua produção. Em particular, no inverno em que a água não arrefece tanto, como em outras regiões de referência para a sua produção como a França ou a Irlanda.

Portugal é assim um centro de referência europeu para a produção de ostras de grande qualidade, todo o ano. E com a ajuda de centrais de depuração (obrigatórias) consegue-se um bivalve seguro e nutricionalmente muitíssimo interessante.

As ostras são concentrados de vitaminas e minerais, pouco calóricos e com baixo teor de gordura. Para além de proteínas fornecem ácidos gordos do tipo ómega-3, Vitaminas A, C, D, E, Tiamina, Riboflavina, Vitamina B6, Folato, Vitamina B12, Cálcio, Ferro, Magnésio, Fósforo, Potássio, Zinco, Cobre, Manganésio e Selénio, entre outros minerais. Uma enorme riqueza nutricional, concentrada em pouco peso e oferecendo poucas calorias extra. Este grande concentrado vitamínico e mineral talvez explique o porquê de a ostra ter sido associada ao grupo dos alimentos afrodisíacos ao longo do tempo.

Para além do valor nutricional global da ostra, são de destacar duas vitaminas e três minerais que fornece de forma muito abundante: A Vit. D e a Vit. B12 e os minerais Zinco, Cobre e Selénio.

6 ostras fornecem 67 % das necessidades diárias de Vit. D de um adulto. Esta vitamina tem estado no centro de uma enorme discussão científica pois têm sido reportados valores médios baixos na população infantil, nos idosos e em todas as pessoas que passam cada vez mais tempo dentro de casa, no trabalho, e que não se expõem à luz solar ao longo do ano. A adequação do consumo de Vit. D parece ter um papel importante na qualidade dos nossos músculos e ossos mas também na imunidade, no aparecimento de certos cancros, doença cardíaca e função cognitiva, e eventualmente na prevenção de patologias associadas ao envelhecimento como a Doença de Alzheimer.

A Vit. B12 está igualmente presente em quantidades elevadas na ostra. Apenas 1 ostra fornece praticamente metade (45%) das quantidades necessárias desta vitamina, que é muito importante para a manutenção das células nervosas e na prevenção de um determinado tipo de anemia, chamada anemia megaloblástica. Recentemente, tem vindo a estudar-se a deficiência de Vit. B12 com doenças relacionadas com a idade, incluindo doenças cardiovasculares, disfunção cognitiva, demência e osteoporose. Valerá a pena sublinhar que a Vit. B12 encontra-se em alimentos de origem animal e não em vegetais, sendo particularmente importante para pessoas quem têm menos acesso a estes produtos animais, nomeadamente carne ou para pessoas com padrões vegetarianos.

6 ostras (84 g) fornecem ainda 509% do zinco necessário por dia para um adulto e 76% do selénio. A deficiência de selénio está associada com menor resposta inflamatória, com menor capacidades das células em lidarem com a oxidação e com a alteração da normal proliferação/diferenciação de células do sistema imunológico. O zinco é um mineral que desempenha um papel fundamental em muitos processos biológicos e desempenha um papel importante na ação da insulina e metabolismo dos hidratos de carbono. Pode também ter um papel importante na prevenção da aterogénese. Sabe-se por exemplo que a suplementação com zinco reduziu significativamente o colesterol total, colesterol LDL e triglicerídeos. Deste modo, pode ter o potencial para reduzir a incidência de aterosclerose. Sendo a ostra, certamente, o maior fornecedor alimentar não processado de zinco à face da terra o seu valor nutricional é muito relevante.

A ostra pode ser consumida de forma natural ou cozida levemente. De referir que dado o seu conteúdo em sódio, deve ser consumida com moderação, como todos os alimentos, e as pessoas alérgicas ao marisco devem ter este facto em atenção, consultando o seu médico antes de as consumirem.

Os aspetos nutricionais referidos e o seu intenso sabor fazem da ostra uma interessante opção, disponível todo o ano, para quem procura enriquecer a sua alimentação de forma natural e utilizando produtos nacionais.

 Imagem retirada de Neil Gould