A Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), no seguimento da publicação da Opinião Científica sobre o nível máximo de ingestão tolerável para os açúcares, publica agora os resultados de um estudo sobre o conhecimento e perceção do consumidor relativos ao consumo de açúcar – “EU Insights study on consumers and dietary sugars”.
Este estudo pretendeu avaliar o conhecimento, a perceção do risco relativos ao consumo de açúcar e os seus efeitos na saúde. A EFSA procurou recolher informação sobre as perceções dos consumidores, bem como de diferentes stakeholders. Este estudo envolveu os 27 Estados Membros da União Europeia, bem como a Islândia e a Noruega e a recolha de dados foi realizada através de um inquérito a 7469 consumidores, com idades compreendidas entre os 18 e os 76 anos.
De acordo com o conhecimento e a perceção do risco dos participantes sobre o consumo de açúcar, foi possível identificar dois grupos principais: um grupo com “menor conhecimento – baixa perceção do risco” e outro com “maior conhecimento – elevada perceção do risco”. O grupo do “menor conhecimento – baixa perceção do risco” caracteriza-se por ter mais homens (57,6% vs. 47,1%), menos participantes com o nível de escolaridade de ensino superior (39,1% vs. 45,8%) e por ser mais jovem (26 – 35 anos: 23,3% vs. 16,4%), em comparação com a restante amostra de participantes.
Dados relativos a Portugal mostram que 12% dos participantes pertencem ao grupo que tem “menor conhecimento – baixa perceção do risco” sobre este tema, um valor igual à proporção de participantes com “maior conhecimento – elevada perceção do risco” (12%). Estes resultados seguem a mesma tendência da União Europeia.
Os resultados indicam que pelo menos 1 em cada 3 inquiridos teve dificuldade em compreender termos relacionados com os açúcares, em particular o termo “açúcares livres”. A utilização de ferramentas visuais para explicar estes termos poderá ser útil para ajudar os consumidores a compreender as diferentes fontes e diferentes categorias de açúcares.
O estudo aponta para a existência de pelo menos metade dos inquiridos com interesse em comprar produtos alimentares com reduzido teor de açúcar em quase todas as categorias alimentares consideradas (58% – “sumos de fruta”, 55% – “cereais de pequeno-almoço”, 54% – “produtos lácteos”, 52% – “doces ou chocolates” e “bolos e pastelaria”, e 49% – “refrigerantes”). Contudo, a aceitação da substituição dos açúcares por edulcorantes foi bastante mais reduzida, variando entre 13% e 19%.
Os resultados desta investigação destacam ainda que a televisão e a internet são os canais mais populares para o acesso a informação na área da alimentação e da nutrição.
O conteúdo visual/gráfico e as redes sociais foram considerados como a fonte preferencial de informação por parte dos participantes do grupo com “menor conhecimento – baixa perceção do risco”. O estudo mostrou, ainda, que as redes sociais podem ser bastante úteis na comunicação dirigida a públicos-alvo com menor conhecimento e menor perceção do risco sobre o consumo de açúcar.
Estes resultados vêm reforçar a importância da escolha dos canais de comunicação e adequação da mensagem em função das características do público-alvo, visando uma comunicação mais eficaz na área da alimentação e nutrição.
Um estudo que nos fornece dados relevantes para a promoção da literacia alimentar e nutricional da população.
Pode consultar este estudo da EFSA aqui.