O dia das Bruxas ou Halloween, já celebrada no tempo dos Celtas, vem provavelmente do termo escocês “Hallo-Hellu” (véspera do Dia de Todos os Santos). No Cristianismo existia o costume da celebração das “Vésperas” ou do “Dia que está por vir”. Na antiga religião Celta, existia o “Samhain”, a Festa dos Mortos (que entre nós é celebrada na mesma altura). Com a cristianização das Ilhas Britânicas, houve provavelmente uma mistura dos costumes das duas religiões. Na tradução para o inglês, essa noite era chamada All Hallow’s Eve (Vigília de Todos os Santos), passando depois pelas formas “All Hallowed Eve” e “All Hallow Een” até chegar à palavra atual “Halloween”.
Já na Idade Média, um costume do Dia de Finados era o souling (de “soul”, alma), em que pessoas pobres iriam visitar as casas das famílias mais ricas e receber doces chamados “bolos de alma” em troca de uma promessa de rezar pelas almas dos parentes mortos dos proprietários. A prática do “souling” foi posteriormente retomada por crianças, que iam de porta em porta pedindo presentes como alimentos, dinheiro e cerveja até chegar aos dias de hoje. Não sem antes se ter transformado num enorme negócio de venda de açúcar, este já recente e com inspiração Norte-Americana.
A presença da abóbora nestas comemorações é ainda mais interessante. Tanto as celebrações celtas como as cristãs estão, afinal, relacionadas com antigos ritos pagãos de celebração da passagem do tempo agrícola. Mais concretamente da passagem do tempo quente e das colheitas para o frio e escuro inverno que se aproximava. Assim sendo, nesta altura do ano era altura de esconjurar os espíritos malignos que assomavam as sombras através de fogueiras à porta de casa e de celeiros. Ou então, através de pequenos candelabros ou velas colocadas no interior de nabos ou até no interior de outros vegetais onde se esculpiam caras e que ficavam a alumiar caminhos ou casas. Como se sabe, a abóbora apesar de ser habitualmente classificada como hortícola, é considerada um fruto em termos botânicos e tem a sua origem no continente americano.
Daí, até ser considerada um excelente local para depositar velas e esculpir os espíritos a afastar, foi um pequeno passo. Em particular com a chegada de colonos escoceses e irlandeses à América do Norte a partir de 1800 e habituadas a esta tradição nos seus países de origem.
Felizmente, em Portugal, a abóbora é rainha da festa todo o ano. Para além dos doces com a utilização de abóbora (desde a panqueca de abóbora da Madeira até às Queijadinhas de abóbora transmontanas) a abóbora está presente em diversas sopas, cozidos, purés e demais preparados da gastronomia portuguesa. Para além disso, até as pevides da abóbora depois de secas e com pouco sal são um interessante aperitivo, com grande riqueza proteica, ácidos gordos essenciais e minerais como o zinco. Inclusive, as flores da abóbora são também comestíveis, podendo ser utilizadas em saladas ou passadas por um polme e fritas.
Mas voltando à abóbora e seu interesse nutricional este vegetal possui um grande valor para quem se preocupa em seguir uma alimentação saudável.
Uma taça pequena de puré de abóbora cozida (245g) contém apenas 49 calorias e fornece mais do dobro das quantidades diárias necessárias de vitamina A, 19% da vitamina C, 8% do Ferro e ainda quantidades muito importantes de minerais (cálcio, ferro, magnésio, fósforo, potássio, zinco, cobre, manganésio e selénio) um autêntico multivitamínico saboroso e a baixo custo.
Informação retirada de Nutritiondata
A abóbora contém ainda vários compostos biologicamente ativos como polissacáridos, esteróis, proteínas e péptidos com particular relevo para os carotenoides (α-caroteno, β-caroteno, luteína e xantinas) reconhecidos pelas suas capacidades antioxidantes e protetoras das células.
Um alimento promotor de saúde para ter à mesa todo o ano e não só neste outono.