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Aleitamento materno e COVID-19

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Aleitamento materno e COVID-19

Até ao momento, não há evidência suficiente e inequívoca de que o vírus SARS-CoV2 possa ser transmitido pelas mães com COVID-19 através do leito materno. Tanto quanto sabemos, o único estudo clínico disponível, ainda que com uma amostra de apenas 9 doentes, sugere que não existe transmissão vertical no período neonatal através da amamentação. A este estudo clínico, acrescenta-se a evidência de um estudo de caso e a evidência já existente para outros vírus respiratórios, que mostra de modo em geral a não transmissão através do leite materno.

Até ao momento, não há evidência suficiente e inequívoca de que o vírus SARS-CoV2 possa ser transmitido pelas mães com COVID-19 através do leito materno. Tanto quanto sabemos, o único estudo clínico disponível, ainda que com uma amostra de apenas 9 doentes, sugere que não existe transmissão vertical no período neonatal através da amamentação. A este estudo clínico, acrescenta-se a evidência de um estudo de caso e a evidência já existente para outros vírus respiratórios, que mostra de modo em geral a não transmissão através do leite materno.

A UNICEF, o Centro de Controlo e Prevenção da Doença (CDC) dos Estados Unidos e o Royal College of Obstetricians and Gynaecologists (RCOG) do Reino Unido já se pronunciaram a este respeito, referindo que as mães que estão infetadas com o SARS-CoV2 ou sob investigação, podem manter a amamentação desde que a situação clínica o permita. Esta recomendação baseia-se no facto de se considerar que os benefícios da amamentação são maiores do que os potenciais riscos de transmissão do coronavírus pelo leite materno, à data, não há́ indicação para suspender ou não recomendar a amamentação. É consensual, quer por parte das comissões de nutrição (ESPGHAN, 2017; Comissão de Nutrição da SPP, 2012) quer pela OMS (WHO, 2009) que o aleitamento materno, é a melhor forma de alimentação da criança até aos 6 meses (salvo raras exceções), com benefícios quer para a mãe como para a criança.

O principal risco de amamentar é o contato próximo entre a mãe e a criança, pois podem ser partilhadas gotículas infeciosas no ar, podendo levar à infeção na criança, tal como esclarece o texto “COVID-19: Gravidez e aleitamento materno” publicado pela Unidade de Doenças Emergentes do Serviço de Doenças Infeciosas do Centro Hospitalar Universitário de São João e a pela Unidade de Investigação em Epidemiologia (EPIUnit) do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP).

Sendo a evidência escassa sobre a possibilidade de transmissão do SARS-CoV2 através do aleitamento materno e assumindo os possíveis riscos de transmissão inerentes à proximidade entre a mãe e a criança durante o aleitamento materno, as mães com COVID-19 devem ser devidamente informadas e esclarecidas sobre todos os benefícios e riscos da amamentação, bem como sobre todas as precauções que devem ter para evitar a transmissão do vírus para a criança.

Assim, à luz da evidência atual, a amamentação pode ser mantida desde que as mães estejam devidamente informadas e esclarecidas e desde que sejam asseguradas boas práticas de higiene e tomadas todas as precauções para evitar a transmissão da COVID-19 à criança:

  • Lavar as mãos frequentemente com água e sabão durante, pelo menos, 20 segundos, antes e depois de cada mamada;
  • Usar uma máscara facial durante a amamentação;
  • Evitar tocar na boca, nariz e olhos da criança;
  • Limpar e desinfetar os objetos e superfícies usados frequentemente;
  • Se a mãe optar por extrair o leite com uma bomba manual ou elétrica, deve lavar as mãos com água e sabão antes de tocar em qualquer parte da bomba ou do biberão e seguir as recomendações para uma adequada limpeza e desinfeção da bomba após cada utilização;
  • Sempre que a mãe esteja muito doente, esta deve ser incentivada a extrair o leite e não dar diretamente à mama.

 

 

 

18 março 2020

Esta informação poderá ser atualizada a qualquer momento, sendo que as novas versões serão identificadas.

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