“As famílias mais carenciadas não lutam apenas contra a fome, como acontece infelizmente em algumas partes do mundo. Aqui luta-se também contra um certo tipo de caridade que oferece comida de má qualidade nutricional, reciclada e resultado de uma sociedade que compra mais do que devia e que depois deita fora o que não lhe interessa. “
“Sabendo tudo isto, e mais alguma coisa, é necessário continuar a agir. Agir com rapidez de maneira a que aqueles que realmente necessitam tenham apoio imediato. E garantindo também que esse apoio tenha qualidade. E é aqui que a discussão se pode centrar. O que se entende por um apoio de qualidade na área da assistência alimentar a pessoas carenciadas? O que deve contemplar e garantir?”
Portugal, deu recentemente passos neste sentido com a elaboração de cabazes alimentares nutricionalmente equilibrados para pessoas mais carenciadas fornecidos pela Segurança Alimentar e que já chegam a mais de 60 000 pessoas. Neste trabalho, os Ministérios da Saúde e da Segurança Social conjuntamente com a ASAE colaboraram de forma exemplar, sendo este esforço reconhecido a nível europeu. Ou com estratégias regionais de inovação e empreendedorismo social como a que aconteceu no Algarve através do programa “O Prato Certo” apoiada pela DGS, por ONG´s, pela Universidade do Algarve, ARS e pelas autarquias algarvias. Em todas estas atividades, a caridade avulsa tipo “sopa dos pobres” e das cantinas sociais (importante e muito necessária por vezes) foi substituída pela oferta alimentar nutricionalmente adequada e pelo ensinar de competências para a autonomia e capacitação das pessoas mais carenciadas com monitorização pública e com o prestar de contas.
Um artigo para ler nesta edição da revista Visão.