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COVID-19 e estado nutricional dos idosos

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COVID-19 e estado nutricional dos idosos

A população idosa é um dos grupos que apresenta um maior risco de doença grave por COVID-19. Como grupo de risco, os idosos são particularmente aconselhados a adotar medidas para reduzir o risco de doença por SARS-CoV-2, nomeadamente o isolamento profilático. Estas medidas de isolamento e distanciamento social para minimizar a transmissão da COVID-19, podem ser um fator de risco para o agravamento do estado nutricional dos idosos, quer naqueles que se encontram em contexto de domicílio, quer para os idosos institucionalizados. Um pior estado nutricional associa-se a um pior prognóstico e a um risco aumentado de complicações em caso de doença aguda e, consequentemente está associada a um maior risco de mortalidade.

A população idosa é um dos grupos que apresenta um maior risco de doença grave por COVID-19. Como grupo de risco, os idosos são particularmente aconselhados a adotar medidas para reduzir o risco de doença por SARS-CoV-2, nomeadamente o isolamento profilático. Estas medidas de isolamento e distanciamento social para minimizar a transmissão da COVID-19, podem ser um fator de risco para o agravamento do estado nutricional dos idosos, quer naqueles que se encontram em contexto de domicílio, quer para os idosos institucionalizados. Um pior estado nutricional associa-se a um pior prognóstico e a um risco aumentado de complicações em caso de doença aguda e, consequentemente está associada a um maior risco de mortalidade.

Assim, considera-se fundamental promover uma alimentação adequada na população idosa, de forma a promover um adequado estado nutricional. Para o efeito, fazem-se as seguintes orientações, que não são diferentes das recomendações que já deviam ser genericamente seguidas pela população idosa:

  • Diariamente devem ser consumidas duas porções de leite ou derivados (1 porção de leite = 240ml), nas refeições intercalares.
  • Devem ser consumidas 2 a 3 porções de fruta por dia (1 porção = 1 peça de fruta média).
  • Devem ser consumidas leguminosas (por ex. feijão, grão, ervilhas, lentilhas…) pelo menos 3 vezes por semana, por exemplo, através da sua adição à sopa.
  • A sopa de hortícolas deve estar presente nas duas refeições diárias. Uma importante fonte de vitaminas e minerais e que pode contribuir para otimizar o estado de hidratação.
  • Deve ser incentivado o consumo de carne, pescado e ovos nas duas refeições principais (1 porção por refeição = 90 g), de modo a assegurar uma ingestão proteica adequada, sendo que o peixe gordo deve consumido com uma frequência de 2 vezes por semana.
  • O incentivo ao consumo de frutos oleaginosos (por ex. amêndoas, nozes…), para aqueles que não apresentam dificuldades de mastigação deve ser também considerado (1 a 3 vezes por semana).
  • Considerando a diminuição do apetite que é comum nesta faixa etária e a alteração do paladar, devem ser promovidas refeições frequentes ao longo dia e de menor volume (cerca de 5 a 6 refeições) e deve ter-se em consideração as características organoléticas das refeições.
  • A manutenção de um bom estado de hidratação é essencial, situação que muitas vezes está comprometida devido à diminuição da sensação de sede nos idosos. A quantidade a ingerir diariamente pode variar entre 1,5 a 1,9 litros de água, o que equivale a cerca de 8 copos de água. A oferta frequente de água e em pequenas quantidades ao longo do dia é essencial. As águas aromatizadas e as infusões podem ser opções a considerar, preferencialmente sem adição de açúcar.

Para mais informações consultar as recomendações da Roda dos Alimentos. De referir que estas são recomendações genéricas, que podem não se aplicar a casos específicos.

 

Vitamina D

De referir que uma alimentação que siga as orientações da Roda dos Alimentos pode não ser suficiente para garantir o aporte necessário de vitamina D, sobretudo em indivíduos idosos cuja exposição solar seja baixa ou nula. Nesta situação, será importante que os idosos possam, dentro das medidas de isolamento necessárias, ter alguns minutos de exposição solar diária. Neste caso, cerca de 20 minutos por dia, pelo menos na face, antebraços e mãos, entre as 12h e as 16h. Estas medidas poderão ser complementadas com o recurso a alimentos fortificados nesta vitamina, como o leite fortificado ou alguns cereais de pequeno-almoço também fortificados. Tais medidas não devem substituir outras, anteriormente implementadas pelo médico relativas à suplementação com vitamina D ou os cuidados a ter para uma exposição solar segura.

Para as instituições que dão apoio à população idosa, recomenda-se que sejam seguidas as orientações presentes no manual do Programa Nacional para a Promoção da Alimentação Saudável da Direção-Geral da Saúde “Proposta de ferramenta de avaliação qualitativa de ementas destinadas a idosos”.

Para quem está a acompanhar ou a dar apoio aos idosos, poderá ser importante identificar alguns sinais de alerta que podem indicar o aumento do risco nutricional. Podem ser considerados como sinais de altera os seguintes: perda de peso não intencional, diminuição da ingestão alimentar, perda de apetite ou desinteresse pela alimentação, idosos com dificuldades de mastigação, idosos com dificuldades em ir às compras e/ou cozinhar.

Para os idosos institucionalizados, os profissionais de saúde devem considerar a importância de fazer a identificação do risco nutricional a todos os idosos com uma periodicidade semanal. Para isso estão disponíveis ferramentas já validadas, nomeadamente o Mini Nutritional Assessment (MNA) e o Malnutrition Universal Screening tool (MUST).

 

Imagem retirada de Cristian Newman

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