O dióspiro (Diospyros kaki), é um fruto proveniente da Ásia, mais precisamente da China, de onde foi levado para a Índia e para o Japão, onde é cultivado desde o século XVII. Ao longo dos tempos, difundiu-se pelos cinco continentes. Atualmente, os principais países produtores são: China, Japão, Coreia, Brasil, Índia, Itália e Espanha. Em Portugal, destaca-se a zona do Algarve como zona de produção. Contudo, grande parte dos dióspiros é proveniente de árvores dispersas, espalhadas por todo o país. O calendário de produção nacional reporta aos meses de outubro e novembro, entrando ainda no mês de dezembro. Ou seja, estamos em plena época do dióspiro. Esta estação traz-nos cheiros, cores e sabores muito próprios da época e o dióspiro é um dos frutos preferidos no Outono.
O diospireiro é uma espécie de origem subtropical, adaptando-se a um clima moderado. O fruto do diospireiro, retirando a sua casca fina, é praticamente constituído por polpa, de aparência gelatinosa, composta por fibras solúveis como mucilagens e pectinas. Estas fibras favorecem a regulação do funcionamento intestinal e das glicemias, promovem a saciedade e diminuem os níveis de colesterol total e de colesterol-LDL.
Ainda do ponto de vista nutricional, é de salientar também a sua riqueza em vitamina A, e minerais como o potássio. Têm-se descrito grandes quantidades de atividades associadas aos carotenoides (responsáveis pela coloração do fruto), principalmente como agentes antioxidantes com eventual potencial na proteção das células.
As suas variedades dividem-se em função da adstringência. A sensação adstringente é provocada pela contração das mucosas da boca, sendo que esta característica particular se deve à presença de taninos (especialmente presentes quando a fruta ainda não está madura). A riqueza em taninos confere-lhe um elevado potencial antioxidante, e diversos estudos relacionam a sua presença com a diminuição do risco de doença cardiovascular e de alguns tipos de cancro. As “adstringentes” – Coroa de Rei, Kaki e Roxo Brilhante – são as mais comuns e necessitam de uma maturação adequada para poderem ser consumidas. As “não adstringentes” – Fuyo, Hana Fuyo, O Gosho, Giro, Cal-Fuyo, Fau-fau e Sharon – podem consumir-se de imediato, após a colheita.
O dióspiro oferece 65kcal por 100g de parte edível, sendo que a sua composição é essencialmente água (82,6g), hidratos de carbono (14,8g), vitaminas e minerais. Contém 177 µg de carotenoides correspondendo a 22% da dose diária recomendada (DDR) de vitamina A, tornando o dióspiro uma boa fonte. Apresenta, também, uma quantidade interessante de potássio (230mg), correspondendo a 11,5% da DDR.
Devido ao teor de hidratos de carbono, o consumo do dióspiro deve ser, sempre que possível, integrado em refeições.
Informação retirada da Tabela de Composição dos Alimentos Portuguesa
Como Escolher/Manter
A coloração pode apresentar-se desde amarelo/alaranjado até laranja escuro. Escolha dióspiros que ainda conservem o pedúnculo e o cálice. Manipule cuidadosamente pois o dióspiro tem uma pele muito sensível a qualquer dano físico. Pode optar por comprar o fruto ainda duro e deixar amadurecer em casa, visto que o processo de amadurecimento é rápido e pode ainda ser acelerado se for colocado junto a outras frutas, como por exemplo a banana. O etileno libertado por esta fruta induz o amadurecimento noutra que esteja próxima.
Como consumir
Estamos no Outono, e por esse motivo, os dióspiros ganham destaque nas bancas dos mercados. Sem dúvida que a melhor forma de apreciá-los é ao natural, e com o auxílio de uma colher. No entanto, pode ser preparado de várias formas, cru ou cozinhado (assados com um pouco de canela). O dióspiro é doce e portanto muito utilizado em saladas, com iogurte, em sumos ou em gelados evitando a adição de açúcar. Dê preferência ao dióspiro maduro de forma a diminuir a adstringência e suavizar o seu sabor.