As gorduras trans são um tipo de ácidos gordos insaturados que podem ser classificadas como ocorrendo naturalmente ou produzidas industrialmente.
As gorduras trans produzidas industrialmente formam-se quando óleos e gorduras são modificados através do uso de técnicas de processamento industrial. O processo de hidrogenação parcial é o mecanismo primário usado na produção industrial de ácidos gordos trans. Durante o processo, o óleo é endurecido, o que melhora o seu apelo comercial, melhorando o perfil sensorial e textura, e aumentando a vida útil e tolerância ao aquecimento repetido do produto.
Em óleos que inicialmente têm um baixo teor de gorduras trans, aquecendo-os várias vezes (por exemplo, na confeção) pode gerar a presença gorduras trans adicionais.
Quais os produtos alimentares em que podemos encontrar gordura trans?
Porque é que o consumo de gordura trans deve ser evitado?
O consumo de gorduras trans aumenta significativamente o risco de doença cardiovascular. Assim sendo, a ingestão de gorduras trans deve ser tão baixo quanto possível (<1% da ingestão total de energia, o que equivale a menos de 2g/dia).
A proporção de gorduras trans produzidas industrialmente nos alimentos é superior relativamente às que ocorrem naturalmente nos alimentos.
É importante referir que produtos ricos em gordura trans de produção industrial tendem a ser mais baratos, pelo que os consumidores com baixos níveis socioeconómicos acabam por comprar este tipo de produtos.
Como é que conseguimos identificar a presença de gordura trans num produto alimentar?
Através da leitura do rótulo do alimento conseguimos verificar a presença ou ausência de gordura trans, que embora não venham explicitas com essa denominação, podemos identificá-las procurando na lista de ingredientes pelas denominações de “gordura totalmente ou parcialmente hidrogenada” ou “óleos totalmente ou parcialmente hidrogenados”. Recomenda-se que o consumo desta gordura seja o menor possível, pelo que idealmente deverá optar por alimentos que não contenham as designações referidas acima.
Deverá, também, optar por carnes magras, nomeadamente, aves retirando a pele, lacticínios meio gordos ou magros, privilegiar o azeite como gordura para temperar e cozinhar os alimentos e limitar o consumo de produtos industrializados (bolachas, batatas fritas,..) e refeições pré-preparadas.
O que tem sido feito?
A evidência científica existente relativamente aos efeitos prejudiciais do consumo de gordura trans tem aumentado a pressão para que os produtores de alimentos europeus diminuam a sua utilização. No decorrer dos anos, muitos produtores reformularam voluntariamente os seus produtos, fazendo com que o consumo médio de gordura trans tenha diminuído em muitos países da Europa. No entanto, a grande maioria ainda não limita o conteúdo nesta gordura. Em Portugal, existe um compromisso voluntário por parte da indústria alimentar para reformular e lançar novos produtos com menores teores de gordura trans.
A leitura dos rótulos por parte dos consumidores é essencial.