Portugal é um dos países do mundo com maior consumo de pescado. Certamente um, senão o país europeu onde se trata e prepara melhor o peixe, fruto de uma longa tradição gastronómica e ligação ao mar. E também um dos países do mundo com maior área marítima exclusiva.
Neste sentido, os portugueses têm acesso a um legado alimentar que muito os protege do ponto de vista da saúde. O consumo regular de peixe, de origem variada e particularmente de peixe de proximidade da nossa costa, oferece proteína de grande qualidade, vitaminas e minerais em abundância e particularmente um perfil de gorduras protetoras cardiovasculares que têm sido muito estudadas e que permitem sugerir que os maiores consumidores de pescado (em detrimento de outras fontes de proteína animal) têm menor risco de doença e morte.
Contudo, sabemos que o peixe, em particular de pesca longínqua, dificilmente é sustentável e tem grandes impactos no meio ambiente. A pesca sustentável, de proximidade, com recurso a uma frota pesqueira que volte a ter capacidade de operar eficazmente nas águas nacionais e que respeita os ciclos de produção é essencial.
Essencial será também o recurso à tecnologia e inovação, para que se consiga produzir peixe perto do local onde este é consumido e com qualidade nutricional e sem risco toxicológico.
Este é o desafio. Que a nutrição e o ambiente trabalhem em parceria, para que o portugueses continuem a ter este alimento tão saudável e promotor da sua saúde à mesa.