Com as mudanças climáticas, aumenta o risco de tempestades violentas, vagas de calor ou frio inesperadas que podem comprometer o abastecimento alimentar. A estes acontecimentos climáticos inesperados, podemos adicionar o risco de um atentado terrorista. Ou de um terramoto, o que não seria de todo inesperado, dada a situação geológica de Portugal.
Face a estas situações extremas, em que a energia e o abastecimento alimentar podem estar comprometidos, devemos ou não estar preparados do ponto de vista alimentar? O que podemos armazenar? Em que condições? E como gerir, ao longo do ano, este pequeno abastecimento de segurança?
Aqui ficam algumas indicações importantes a ter em conta, para que possa garantir o suprimento necessário numa situação de emergência.
Prepare um abastecimento de comida de emergência:
- Planeie o abastecimento de alimentos para um mínimo de 3 dias até 10 dias;
- Opte por alimentos que tenham um longo prazo de validade;
- Opte por alimentos que não necessitem de ser cozinhados, refrigerados ou de água para consumo;
- Armazene pelo menos um garrafão de água de 6 litros por pessoa, de forma a obter um abastecimento suficiente para 3 dias;
- Para pessoas que seguem dietas especiais ou apresentem alergias alimentares, planeie os alimentos mais adequados com antecedência; Tenha atenção à medicação. Pode incluir na sua ração de emergência um multivitamínico.
- Evite alimentos ricos em sal e muito condimentados pois tendem a aumentar a sede. Nestas situações a disponibilidade de água poderá estar comprometida;
- Proteja os alimentos de fontes de contaminação.
Como armazenar os alimentos de forma eficaz?
- Mantenha os alimentos num local seco e fresco;
- Verifique o seu abastecimento de alimentos de 6 em 6 meses;
- Coloque os alimentos por ordem segundo o sistema “FIFO” (First In, First Out), ou seja, o primeiro a entrar será o primeiro a sair, segundo os prazos de validade;
- Utilize os alimentos antes do prazo de validade expirar e substitua por outros mais recentes.
Como consumir os alimentos de forma segura?
- Tenha consigo um desinfetante de mãos para quando for necessário preparar os alimentos, na ausência de água corrente;
- Faça as suas refeições de forma segura e estratégica. Se existir um corte de energia comece por consumir os alimentos que se estragam mais rapidamente. Primeiro consuma os alimentos presentes no frigorífico, congelador e por fim o seu abastecimento de emergência;
- Tenha em casa pratos, copos e talheres de plástico, de forma a facilitar a preparação e o consumo das refeições numa situação de emergência;
- Não consuma enlatados que aparentam estar danificados ou opados (inchados).
Durante e após um desastre natural é essencial manter a energia.
– Faça pelo menos uma refeição equilibrada por dia; Podemos reduzir as calorias a metade, reduzindo ao mínimo a atividade física mas não a ingestão de água. Não reduza a ingestão de calorias em grávidas e crianças.
– Mantenha-se hidratado ao longo do dia. Uma hidratação adequada é essencial para reduzir a fadiga, manter a concentração e um estado de alerta mais prolongado.
– As necessidades calóricas preconizadas pela OMS, para situações de emergência, são de aproximadamente 2200 Kcal com cerca de 10-12% de proteína e cerca de 17-20% de gordura. No entanto, é importante referir que a determinação das necessidades alimentares em situações de emergência é extremamente complexo e que são múltiplos os fatores a considerar.
– Reserve algum dinheiro físico sempre consigo. Nestas situações as máquina multibanco podem não estar a funcionar.
Nestas circunstâncias, esteja atento e garanta um pequeno abastecimento de segurança. Mais vale prevenir do que remediar!