Com a chegada do Outono chega também o momento de recordarmos a romã (Punica granatum), uma vez que em Portugal é este o período mais indicado para o seu consumo, permitindo aproveitar ao máximo as suas qualidades nutricionais.
Originária do sul da Ásia e difundida pelos povos fenícios nos países mediterrânicos, são muitas as alusões a este fruto enquanto símbolo de longevidade, amor e poder terapêutico. Atualmente, ainda existe a tradição Grega de cortar uma romã durante o casamento como símbolo de fertilidade.
A nível mundial, os maiores produtores de romã são o Afeganistão, o Irão, Israel, Brasil, Estados Unidos da América, Itália e Espanha. Em Portugal, a produção deste fruto concentra-se maioritariamente na região do Algarve.
Em termos nutricionais a romã é um fruto muito interessante, encontrando-se em destaque na Roda da Alimentação Mediterrânica. A sua riqueza em compostos fenólicos como: antocianinas (delfinidina, cianidina e pelargonidina), quercetina, ácidos fenólicos, taninos e outras substâncias com propriedades antioxidantes, proporciona-lhe um potencial antioxidante quase três vezes superior ao do vinho tinto e chá verde. Trabalhos experimentais demonstraram que os compostos fenólicos da romã têm uma influência sobre fatores biológicos, como a atenuação de fatores aterogénicos, modulação das respostas anti-inflamatórias e de enzimas do sistema de defesa antioxidante endógeno (superóxido dismutase, catalase e glutationa peroxidase). Assim sendo, a presença destas substâncias com capacidade antioxidante, poderá ter um papel protetor para a saúde cardiovascular e na prevenção de alguns tipos de cancro. A romã apresenta baixo valor energético (cerca de 50 kcal por 100g de parte edível de romã) sendo ainda fonte de fibra e outras vitaminas e minerais, nomeadamente, carotenos, vitamina C, potássio e ferro.
Retirada de Tabela da Composição de Alimentos Portuguesa
A romã é um fruto resistente que se mantém em boas condições durante bastante tempo. Quando armazenada a baixas temperaturas (0ºC a 5ºC) pode mesmo permanecer sumarenta e saborosa durante meses. Dada a dureza da casca apresenta também uma elevada resistência ao transporte.
Consumida nas mais diversas formas (em sumo, ao natural, em sobremesas, etc.) deixamos aqui algumas possíveis sugestões de utilização:
– Água aromatizada com romã: Retire os grãos da romã e adicione-os a um jarro ou garrafa com água. Acrescente uma folha de hortelã como ornamento e aromatizante. Veja aqui como retirar os grãos da romã de duas formas diferentes.
– Carioca de romã: Lave muito bem a romã e coloque a sua casca em água a ferver durante 5 a 10 minutos. Retire a casca e adicione, por exemplo, um pau de canela.