Nesta altura do ano, ou em outras alturas de festejos alimentares, surgem milhares de panaceias de desintoxicação, também conhecidas como bebidas “detox” ou dietas “detox”. Damos a palavra a quem sabe, neste caso ao Prof. Duarte Torres da Faculdade de Ciências da Nutrição e Alimentação da Universidade do Porto, num excelente artigo de opinião publicado no jornal Público:
“…Por muito que se procure, não existem actualmente evidências científicas que demostrem o efeito desintoxicante destas abordagens. Os estudos existentes raramente referem quais são os tóxicos que se pretende eliminar do organismo, qual o mecanismo de ação da terapia, e que benefícios concretos para a saúde daí advêm. Assim é difícil de engolir. Também não é referido como diagnosticar os indivíduos mais contaminados, potencialmente maiores beneficiários do tratamento detox….se o seu processo desintoxicante passar por beber uma água morna salgada de manhã, uma mistura aquosa de sumo de limão, xarope de ácer e pimenta-caiena ao longo do dia, e um chá laxante ao jantar, dieta popular em alguns círculos sociais, aí está claramente a exagerar. Trata-se de um tipo de regime extremamente deficitário em proteínas, ácidos gordos essenciais, algumas vitaminas e minerais. O efeito laxante pode causar desidratação, desequilíbrio eletrolítico e perturbar a normal actividade da flora intestinal, o que não augura nada de bom.”
O texto na íntegra pode ser encontrado aqui.